uma visita espontânea à Estação Ciência – moral da história

Julho 4, 2009 § 1 Comentário

Se você teve a paciência de acompanhar, ao menos parcialmente, os 4 posts anteriores em que relatei um pouco da minha experiência como visitante espontânea à Estação Ciência, pode estar se perguntando se eu então recomendo abandonar a idéia de visitar esse museu.

A resposta é não, de forma alguma! Ainda acho que vale a pena ir à Estação Ciência, mas aconselho que aqueles que assim decidam o façam considerando o seguinte:

  • nem perca seu tempo em procurar informação no site, no blog etc. Como relatado nas partes 1 e 2, estes estão desatualizados e/ou trazem informações incompletas sobre as atrações, seus horários de funcionamento etc;
  • não vincule sua ida à expectativa de visitar uma atração em especial. Como relatado nas partes 1 e 2, pode ser bem difícil atender sua expectativa (e isso que eu nem falei das atrações que raramente estão em funcionamento, como é, e foi ontem, o caso do planetário);
  • evite ser um visitante espontâneo. Como relatado nas partes 1, 3 e 4, o visitante espontêneo sofre muitas frustrações. Parece que a melhor solução, para quem não é estudante cuja escola agenda uma visita ao museu, é juntar um grupo de amigos entre 11 e 20 pessoas para um programa coletivo.
foto

Clique na imagem para vê-la em seu contexto original.

Por fim, se você, como eu, tem intenções de conhecer o diacho do novo laboratório (ver parte 1), então terá que organizar um grupo de 11 a 20 pessoas, com idade superior a 11 anos, para atender a seção das 10 ou das 14hs e rezar para não aparecer alguma nova regra na hora.

Tô começando aqui uma campanha:

QUEM QUER COMBINAR UM DIA PRA VISITAR O NOVO LABORATÓRIO DA ESTAÇÃO CIÊNCIA PÕE O DEDO AQUI, QUE JÁ VAI FE-FE-FE-CHAAAAR!!!

Atualização 13/07/09: quem tiver interesse, pode dar uma olhada no comentário abaixo em que incluí o resultado de uma troca de e-mails com o analista de comunicação da Estação Ciência (Miguel Sitnik). Ele entrou em contato comigo em 06/07 após as postagens, mostrou-se aberto à discussão para uma melhora no atendimento ao público por parte da Estação Ciência e pediu algumas sugestões. Seguem, então, as respostas dele às minhas sugestões, em e-mail enviado em 07/07, mostrando qual o andamento das mudanças que vêm sendo aplicadas por lá.

Tagged: , , ,

§ 1 Responses to uma visita espontânea à Estação Ciência – moral da história

  • trnahas diz:

    Síntese da troca de e-mails com o analista de comunicação da Estação Ciência (Miguel Sitnik) entre 6 e 7/07/09:
    EU:
    – é extremamente importante manter atualizada a página da Estação Ciência. Atualmente muitas pessoas buscam informações no site da instituição para a qual se dirigem, como fi, e por aí baseiam sua programação. A página precisa conter informações sobre as restrições de acesso a algumas das atrações, como é o caso do Laboratório de Biologia Celular (aliás, qual é o nome correto? Porque em um lugaer está Labroratório de Microbiologia, em outro está Labroratório de Biologia Celular… Sei que em termos conceituais são equivalentes, mas acredito que o deva constar dos materias de comunicação é nome que o laboratório tem na Estação Ciência
    [OBS: se é difícil manter atualizado o site por falta de pessoal ou qualquer outra razão, é melhor então não ter o blog e direcionar esse esforço para ter uma fonte confiável de informações sobre a Estação Ciência];
    ELE:
    -> concordamos sobre a importância disso, e o site é uma novela à parte, que poderia merecer outro e-mail. Para não tomar seu tempo, vou resumir (bastante): a gestão anterior havia contratado uma empresa terceirizada (e estática) para fazer e manter o site, pois aqui não havia nenhum funcionário que tivesse condições. Agora que há, e a nova gestão também apostou em termos um site atualizado. Então aconteceu uma briga para que a gente tivesse acesso ao site, e ampresa bloqueava. Finalmente estamos numa fase em que estamos retomando o controle do site, e atualizando aos poucos (apesar de que já fizemos muitas atualizações). É por isso que colocamos aquele aviso logo na home, de que ainda está em construção. Apesar de estarmos conseguindo nos libertar das amarras das empresas, ainda há outros obstáculos técnicos, como o fato de o servidor estar na USP e dependermos de pessoas de lá para acesso aos arquivos, atualizações e back ups. A ideia do blog surgiu justamente como forma de termos liberdade de atualizar dados na internet sem depender da empresa e da USP. É a única ferramenta que conseguíamos acessar diretamente, e deu certo, tem funcionado muito bem e com ótima receptividade. De qualquer forma, o site vai caminhando bem, e inclusive por coincidência a parte do Lab. e Visões da Terra foi atualizado provavelmente no mesmo dia ou no dia seguinte à sua visita. Diariamente procuramos coisas erradas e vamos atualizando. Praticamente não falta quase nada.
    Quanto ao nome, é outra dificuldade de se trabalhar em parcerias, pois às vezes – e é bem comum – os curadores responsáveis, que não são internos da Estação, solicitam uma mudança de nome…. isso dificulta e muito a divulgação!
    Quanto às restrições, concordo que o site deva conter, e isso é um problema de comunicação interna que tem que ser resolvido (e está na pauta para isso), pois muitas vezes só não está no site porque os curadores decidem isso depois (de acordo com o uso, vão adequando) e vão combinando diretamente com os monitores… e não solicitam que isso seja divulgado no site. Mas estamos estabelecendo um esquema de fluxo de informações para sanar isso.
    EU:
    – é importante que os diversos veículos da USP que veiculam as informações sobre a Estação Ciência o façam de maneira unificada. Não é possível constar uma informação no site da estação Ciência, outra diferente sobre ela no material da Pró-reitoruia de cultura e extensão e assimpor diante;
    ELE:
    -> também concordamos, mas cada veículo da USP é independente (como cada veículo de comunicação em geral, não só da USP), e cada um trata de forma diferente as informações recebidas. Muitos só reproduzem (ou resumem) informações coladas de outros lugares e isso nem passa pela gente…
    EU:
    – também é fundamental enfatizar para os diversos meios de comunicação de massa que veicularão informações sobre a Estação Ciência quais são as restrições de acesso quando assim houver. Assim, se informações sobre a Estação Ciências sairão na Folha de São Paulo, por exemplo, além da breve descrição do museu que fazem acompanhada de horários de atendimento etc, é preciso informar que algumas atrações necessitam de agendamento prévio e/ou que as apresentações ocorrem em horários determinados. Isso pode ser colocado numa frase curta e simples, que termina com um “para mais informações consulte o site ou fone XXX” (desde que o site esteja atualizado, claro);
    ELE:
    -> nesse caso garantimos que as informações são passadas corretamente e completas aos jornais. Ás vezes, para resumir e caber nos pequenos quadradinhos, os jornalistas omitem uma série de informações importantes… Por isso que concordo que o site (e blog) é uma ferramenta importantíssima!
    EU:
    – outra fonte de informação bem simples e direta ao público é colocar um cartaz na bilheteria com os horários das diversas atrações, as restrições de idade etc, assim o visitante já consegue se programar na entrada, desenhar seu roteiro pelo museu em função disso;
    ELE:
    -> Essa ideia é mesmo importante e já está sendo implantada. Esperamos disponibilizar em breve! Ela começou a ser discutida e desenhada na última reunião.
    EU:
    – tudo o que falei acima é o que considero o mínimo necessário e que é facilmente exequível, inclusive sem demandar mais investimentos e/ou mais pessoal. Agora vou dar uma outra sugestão que considero interessante, mas já secundária, pq demandaria maior mobilização de pessoal e financeira: seria bom haver um sistema de som interno no museu que de tempos em tempos chamasse a atenção para as atrações que estariam para começar. Seria um aviso rápido, nos auto-falantes como “em cinco minutos terá início a simulação de terremoto no setor de ciências da terra”. Isso ajudaria a guiar os visitantes dentro do museu e evitaria que uma apresentação fosse feita pra meia dúzia de gatos pingados. Isso ficou muito claro pra mim quando a monitora de física soltou um grito convocando os visitantes dispersos para uma atração que iria se iniciar e rapidamente juntou um monte de gente pra participar.
    ELE:
    -> Ao contrário: acho que será logo, pois essa ideia também surgiu nas reuniões internas e já foi solicitada a compra do sistema de som! A compra foi solicitada ao setor de compras da USP, o que significa que vai demorar um pouco (tem todo o processo de pregão, etc), mas o importante é que o passo já foi dado!
    EU:
    Sobre a apresentação das atrações, uma coisa que me incomodou MUITO foi o fato de haver algumas atrações com horário programado (como o tsunami, só pra não ficar repetindo o exemplo do laboratório toda hora) mas que não necessariamente com apresentações garantidas. Eu acho um desrrespeito com o público que foi prestigiar o museu não poder ser guiado em uma atração pq tem pouca gente. Eu acho que as atrações que funcionam com horário marcado (inclusive o laboratório) devem acontecer independentemente do número de pessoas presente. Se tiver uma pessoa, ela tem o direito de acessar a exposição naquele horário com as explicações correspondentes do monitor. Até porque o monitor já estava programado para fazer a apresentação naquele horário, então isso não demanda mais pessoal. É assim que funciona em qualquer museu, seja de ciências ou não. Certamente vcs conhecem mais museus até que eu e não terão dificuldade em confirmar essa informação. O que podo acontecer é algumas apresentações serem feitas pra meia dúzia de gatos pingados. Ok, é um risco que se corre e faz parte desse trabalho. Mas se isso acontecer, inicia-se um novo trabalho do pessoal de gestão do museu, que é o de procurar identificar formas de atrair o público para aquelas apresentações naqueles horários (com as indicações na bilhetria e, se possível, o sistema de som, boa parte disso deve estar resolvida!);
    ELE:
    -> É uma questão bem discutida aqui e será levada essa sua colocação à reunião! Pessoalmente concordo com você, mas há um debate interno sobte como viabilizar isso da melhor forma.
    EU:
    – algumas atrações, como o planetário, raramente estão em funcionamento. Isso causa um descrédito com relação às instituição. Eu já fui à Estação Ciências um bom par de vezes, por motivos diversos e até hoje nunca consegui ver o planetário em funcionamento…;
    ELE:
    -> O planetário é nossa atração de maior dificuldade operacional. Ao mesmo tempo não pode ser extinta pois é uma das mais procuradas. Foi contratado, há cerca de um mês, um estudo para um escritório de arquitetura, para substituição desse tipo de planetário inflável, que é bem frágil, por um sistema fixo e construído permanente. Se viável financeiramente, será dado início imediato à implantação, pois o Planetário está sendo tratado como prioritário. Se não for viável, será comprado um novo sistema inflável, mas mais resistente.
    EU:
    – a montagem dos biomas tem que ser limitada a um grupo de no máximo 25 pessoas, senão fica impraticável lá dentro!!! Mas não adianta nada fechar em no máximo 25 pessoas e depois não ter outro horário para quem mais quiser conhecer a exposição. Então essa exposição poderia entrar no circuito das que tem horário marcado e funcionar da mesma forma que as demais como sugerido acima.
    ELE:
    -> A sugestão será levada à monitoria!

Deixe um comentário ao post

What’s this?

You are currently reading uma visita espontânea à Estação Ciência – moral da história at ciência na mídia.

meta